A COUTADA

Para o PSD abriu a época da caça. Desbaratando as finanças públicas da cidade e destruindo o seu capital de credibilidade, o PSD perdeu, sem honra nem glória, o governo de Lisboa que havia conquistado há alguns anos atrás.
São públicas as tristes desventuras pelas quais a cidade passou a partir daí. Show-off mediático, cidade trespassada de out-doors miríficos e muita incompetência levaram Lisboa até à exaustão. A partir dai, “zangaram-se as comadres”… O PS e António Costa herdaram o “estado ao que isto tinha chegado”.
Entretanto, no PSD, supunha-se que com Ferreira Leite algum sentido de Estado prevaleceria. Porventura fruto da sua insuficiente vitória, tal não aconteceu. A profusão de pré-candidatos continuou a evoluir: ou era Fernando Seara que há muito vinha ambicionando esta hipótese, ou Paula Teixeira da Cruz, Alexandre Relvas, Passos Coelho e sabe-se lá quem.
Subitamente surge o óbvio: incapaz de controlar o descontentamento geral interno e a inteligente postura de Passos Coelho, Ferreira Leite negoceia com Santana Lopes a estabilidade necessária a troco desta candidatura populista a Lisboa.
Mais uma vez o PSD trata Lisboa como se de uma sua coutada se tratasse, apostando em situações já experimentadas e responsáveis pelo descalabro financeiro e de seriedade da autarquia, pela perda da credibilidade, em detrimento de uma aposta alternativa e séria a Lisboa. Pelos vistos, para o PSD, a tranquilidade da sua liderança está acima dos interesses dos lisboetas.

A. Fonseca

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